"Era assim. Na escuridão da noite eu procurava o corpo paterno. Aconchegava-me ao seu lado e punha atenção no compasso de seu respiro de homem. A tudo eu contemplava. A voz grave, a postura de quem não conheceu as delicadezas do mundo, a exata medida das mãos que minhas mãos gostariam de ter, tudo observado em silenciosa contemplação. A barba cerrada, o olho capaz de enxergar-me no escuro, o alívio do medo, a devolução da vida. Meu pai e seu mundo profundo. Eu e meu mundo de rasuras. Ele na liberdade de estradas que não conheciam destino nem fi m. Eu, na solidão de paredes sensatas, prova de que os laços de sangue podem nos privar das alegrias, ocultando-nos em abrigos inóspitos onde prevalecem as pregas da cortina que nos protege da luz, sem piedade."
As palavras geralmente são simples demais para representar tudo aquilo que carregam. Orfandades leva não só todos os sentimentos que estão neste livro, como as emoções contidas nas orfandades de cada indivíduo. É algo que muitas vezes só aperta o peito, bem forte, e mostra que ali há saudades, a ausência de alguém ou de algum sentimento que naquele momento seria tão importante. Com a sensibilidade de quem já ouviu tantas histórias, Pe. Fábio envolve o leitor fazendo-o chorar, refletir e até sorrir.
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